Esta
variante do Matilda surgiu da necessidade das forças inglesas de prover o meio
blindado necessário para furar a linha defensiva alemã, mantida por pontos
fortes intermeados por extensos campos minados, na segunda batalha de El
Alamein, marcando o início da reação Inglesa e retomada do Egito e da Cirenaica.
O
problema tático era permitir o avanço das divisões Blindadas e de Infantaria em
corredores feitos nos campos minados, vencendo a linha de defesa alemã.
Uma
das idéias foi a utilização de um tanque Flail (malhador) idéia esta que já
vinha sendo desenvolvida na Inglaterra e no próprio Egito, por oficiais britânicos
e Sul-Africanos, encarregados de dar solução ao problema.
Deste
esforço surgiu o "Matilda Scorpion" assim batizado pela aparência
final do veículo, com a utilização dos então obsoletos Matildas (já
substituídos pelos Valentines e pelos Grants e Honeys Americanos), acrescidos
de um rotor, montado em uma estrutura de dois braços colocada à frente do
tanque. O rotor tinha 24 malhadores formados por cabos de aço e correntes de
metal que malhavam o chão a 100 rpm, sendo impulsionado por um motor, colocado
em uma caixa blindada no lado direito do tanque e que também possuía espaço
para o operador do dispositivo.
Ao
que parece, quando da 2ª Batalha de El Alamein em outubro de 1942, foram
distribuídos 25 Matildas Scorpion, nas duas pontas de lança da operação,
operados pelos 42º e 44º do Royal Tank Regiment, mas o tanque não teve o
sucesso esperado, ainda que com razoável
capacidade de limpeza de campos minados, o aparato apresentava muitas quebras e
falhas de motor, dado ao volume de poeira que era originado na limpeza do
terreno, entupindo filtros de ar, bem como as condições adversas do deserto,
que dificultavam o seu emprego. Um dado interessante é que houve registro de
unidades de infantaria alemã terem se rendido, sem combater, assustadas com o
barulho e poeira que os Scorpion produziam quando em ação.
Após
a El Alamein foram desenvolvidas outras versões, com melhorias na estrutura
(deixando-a mais leve) e no mecanismo (deixando-o mais confiável) e com a
utilização de outros motores, inclusive com a retirada do armamento principal
do tanque, pois era impossível apontar e atirar quando o tanque estava limpando
um campo de minas. Após, a idéia principal do tanque malhador foi melhor
desenvolvida, no próprio Matilda, com a criação dos Baron I e II, sendo
utilizada também em Valentines (experimental) e, sobretudo em Grants, onde
tiveram desempenho destacável na Sicília e na Itália e com os Shermans Flail,
da 79ª DB, do Dia D em diante.
Nas
pesquisas de fotos e profiles há muitas discrepâncias de informações sobre o
tanque e a estrutura, para efeitos de scratch, optei por simplificar algumas
coisas e por utilizar alguns detalhes de diferentes versões, seja pela minha
capacidade limitada, seja pela limitação do material de pesquisa ou das
ferramentas que eu dispunha.
O tanque em sim
é o bom e velho Matilda da Tamiya que é essencialmente o mesmo OOB, apenas com
alguns melhoramentos nos detalhes e na aparência, com a colocação de alguns
detalhes em metal e fios de cobre e aço. A montagem do tanque em si não dá
maiores problemas, pois são relativamente poucas peças, o encaixe de algumas
peça e as frestas é que são meio complicadas, o que entrega a idade do kit.
Como dito, a montagem do tanque não oferece maiores problemas, apenas a constante consulta às referências para substituir ou melhorar alguns detalhes.A estrutura em si foi construída com tiras de 2mm de largura, que deram um trabalho enorme e levou muito tempo para serem cortadas, mesmo com a guilhotina:
Construção da estrutura:
Aqui mais detalhes, já com o rotor feito com cano de cobre, antenas, fios e as sinaleiras traseiras elevadas:
Test fit final, com tudo no lugar, já com malhadores (que sairão para pintura) e as figuras que um dia irão com o tanque para uma base:
Primmer:
Pintura básica e ups & down, verniz e decais:
Pintura de detalhes e washings:
Já foram feitos o chipping e o empoeiramento e as finalizações, falta só baixar as fotos do kit pronto.
Abraço,
Marcio
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