Trata-se de mais uma aventura no scratch. Desafio, pesquisa e diversão...
Uma tentativa de unir dois kits para fazer uma peça única na coleção, aproveitando as sucatas. É mais uma daquelas invenções inglesas surgidas no deserto, utilizando chassi de caminhões para dar mobilidade tática à peça de 40mm, necessário e essencial na guerra de perseguição e de rápida movimentação característico daquele teatro de operações.
Pelas minhas pesquisas descobri que poucas foram feitas e apenas para cobrir a necessidade imediata de um canhão AT autopropulsado, barato, de rápida produção e montado com equipamentos disponíveis, pois os canhões rebocados, por sua natureza, tinham a desvantagem tática de terem de ser montados e preparados para cada tiro e o autopropulsado tinha disponibilidade de tiro imediato, de cima da carroceria da própria viatura.
Existem poucas e discrepantes referências, pois foi um veículo de solução temporária e que não teve uma produção rigorosa, pois se encontram várias versões de cabine e carroceria, também utilizando tanto o chassi e cabine do F/C30 ou F/C60S, até mesmo, este canhão em caminhões Ford e Chevrolet 15 e 30cwt de outros modelos.
Assim como o Deacon de 6Pdr foram armas criadas na necessidade da guerra no deserto, prova da absoluta engenhosidade inglesa, e mesmo que posteriormente substituídas por armas específicas e melhores, ou por chassis e cabines mais modernos de caminhões de 3 toneladas, é uma viatura que vale a pena tentar reproduzir e ter na estante.
A idéia é usar uma sucatinha de FGT ou QUAD da Tamiya, bem conhecido de todo mundo e o canhão é o da Vulcan:
A montagem (ou desmontagem no caso da sucata) é fácil porque o kit do quad permite que o chassi, o piso e a carroceria sejam separados para melhor ver os detalhes. O quad que eu tinha estava assim, então ficou fácil de trabalhar apenas no chassi. O único inconveniente foram as rodas que estavam coladas e acho que serão substituídas. O primeiro passo é desmontar o que for possível do chassi ou, pelo menos desmontar o eixo cardã (que será aumentado) e os tanques de combustível (que serão reposicionados), aqui resolvi tirar o sistema do guincho também, pois nas montagens que vi na net ele não aparece, acho que a parte curva superior do diferencial do guincho dificulta o assentamento da carroceria e, se estiver sem o guincho, deve-se dispensar os suportes do guincho dos pára-choques.
Deve-se ter muito cuidado na escolha do local do corte, no caso, escolhi o lugar óbvio, exatamente na longarina do guincho, onde não só ficaria mais fácil de manejar a serra, como fica fácil de deixar tudo reto para o “enxerto”. Atenção e cuidado na serra, para que o corte saia contínuo e reto.
Depois de quebrar a cabeça medindo e calculando o alongamento do eixo, já que o quad tem o chassi de um F/15 achei um post em um fórum do exterior onde o cara fez exatamente isso, mas transformou o quad em um F60L GS e dizia que o chassi tinha que ser alongado em 41,25mm para o F60 e 24mm para o F30. Parti daí, conferi as medidas e é isso mesmo. O enxerto são duas tiras de folha de polietileno de 1mm, coladas e cortadas na medida do chassi. O acabamento é lixa, cola fusora e muita paciência para acertar o alinhamento do chassi.
Na foto, aparecem todas estas etapas já feitas e o acabamento pronto, inclusive o novo eixo carda, a elevação do chassi e alguns outros detalhes (caixa de ferramentas e galões de combustível que ficam embaixo da cabine, cano de descarga, tampas e bocais corretos dos tanques de combustível e os suportes das rodas do canhão), pois resolvi escrever o post depois de já ter montado tudo:
A cabine foi toda refeita, com exceção da parte da frente e dos detalhes do painel, alavancas,corta fogo e bancos, o piso as laterais porta e traseira foi tudo na unha, bem como os detalhes internos. Acho importante dizer, também, que se deve ter muito cuidado para recortar o piso da cabine do quad, para evitar que fique desnivelado quando for substituir por plasticard. Acabei de ver nas fotos que faltaram os porta fuzis, que serão pintados antes de colados e a fechadura do baú da cabine, que simplesmente esqueci, mas já foi retificado.
A carroceria foi uma novela à parte, pois as medidas tomadas das fotos de referência não conferiam, e tive de refazer várias vezes, pois mesmo com extrema atenção aos detalhes, na hora de encaixar ficava alguma coisa faltando. Resolvi montando a base do canhão para ter a medida aproximada do piso da carroceria e muitas medidas e comparações nas fotos de referência. O estepe é cópia em resina dental e veio com a sucata. No fim, depois de tudo montado concluí que as caixas de munição dos dois lados ficaram um pouco maiores do que deveriam, prejudicando a armação do galão e o giro da roda. Depois de vários ajustes, consegui chegar em algo aceitável no porta galão, sem pegar no pneu, muito embora o porta galão tenha ficado mais curto do que nas fotos de referência.
A montagem do canhão foi tranqüila, mesmo com muitas peças pequenas e frágeis. Embora seja um ótimo lançamento da Vulcan, achei o plástico meio quebradiço e a junção das peças com o sprue é larga, exigindo muito cuidado na hora de cortar, mas o resultado final é bom.
Por fim, a coisa montada, com os subconjuntos conversando bem entre si, já dando a noção da viatura:
Já com o canhão embarcado, mas não fixado, para facilitar a pintura posterior. Agora fica faltando apenas resolver se estas rodas serão as definitivas e detalhes como mochilas, caixas, etc., para os observadores, depois que fiz as fotos vi que faltou a calha das rodas do canhão, utilizadas para fazer a peça subir na carroceria. Embora não esteja nas fotos, estas calhas já foram feitas como pode ser visto nas fotos posteriores.
Sem querer entrar na discussão do correto tom do british light Stone, mas acho que errei o tom na mistura das acrílicas. Pelas fotos acabei achando que ficou amarelo demais, quase um dark yellow alemão da Tamiya, mas vou deixar assim e tentar puxar para o Marrom na empoeirada final.
A partir daqui não fotografei mais as etapas individualmente, por absoluta preguiça, e nas fotos seguintes já aparecem várias etapas feitas. Pintura dos detalhes, verniz brilhante, decais e mais verniz brilhante, aguardando wash preto e marrom:
O veículo estará em Sidi Rezegh, Líbia, em julho de 1941, com a gloriosa Bateria “M”, do 3rd RHA(Royal Horse Artillery).
Excelentes trabalhos, Márcio...parabéns !!!!
ResponderExcluirSerra, Obrigado pela visita.
ExcluirVide http://s300.photobucket.com/albums/nn14/macastiga/MAtilda%20Dozer/
Como prometi e te devia há muito.
Abraço,Marcio