terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Matilda AMRA Ib


Seguimos nos Matildas especializados.... Mais diversão e scratch...
Esta variante do Matilda surgiu dos estudos anteriores e pesquisas feitos por oficiais britânicos, buscando uma forma eficaz de vencer os campos de minas. Como já referi no tópico do Matilda Scorpion, este tanque também surgiu da necessidade de abrir brechas em campos minados, sob fogo, utilizando-se, para tal, um veículo blindado.
A idéia era utilizar um sistema facilmente acoplável em algum tanque já do inventário do exército britânico, utilizando a gravidade e a pressão para provocar a detonação das minas. Assim surgiu o sistema AMRA (Anti Mine Roller Attachment), que consistia em uma armação pesada, instalada na frente do tanque, armada de quatro rolos de pressão que detonavam as minas por gravidade. Foram feitos vários projetos com ligeiras diferenças na estrutura da armação e no tipo de rolos utilizados.
Com algumas variações foram construídos em duas versões básicas:
Matilda AMRA Ia: Foram utilizados no deserto ocidental, caracterizavam-se por uma armação maior, com o eixo dos braços móveis instalados atrás do centro do tanque. Como a estrutura era mais pesada, os roletes de pressão eram vazados, raiados e feitos de metal. È o que se vê mais comumente em fotos de referência:

Matilda AMRA Ib: Possuía braços menores, quase alinhados com o centro do tanque e os roletes eram maciços, ao que parece eram feitos ou cobertos com concreto, pelo que pude apurar nas pesquisas. Estes roletes eram chamados  “Fowler Rollers” e eram característicos desta versão. Os mark Ib foram utilizados em número reduzido no deserto ocidental e depois foram utilizados em outros teatros, ás vezes, acrescido de uma carga explosiva detonada remotamente de dentro do tanque (Matilda Carrot):

  Como já referi antes, o kit base será o bom e velho Matilda da Tamiya que, apesar da idade, ainda serve para estas experiências. Os detalhes construtivos do tanque não têm mistério, já que ele é bem conhecido de todos nós, os acréscimos são fios de cobre, restos de PE, latinha de coca-cola e plasticard, apenas para melhorar os detalhes e deixar o kit mais apresentável.  A idéia é fazer camuflagem de duas cores, típica britânica do início da guerra, e colocar um tanque que estava no front e foi enviado para testes do dispositivo.

Alguns dos detalhes já do kit e da estrutura já montados, pois quando resolvi escrever o artigo, já tinha terminado a construção. A armação foi baseada em fotos de referência e os roletes são de acrílico dental:

  Pintura Base e ups & downs: Ao invés de fazer as subidas e descidas de luz direto com as tintas base, vi um post (não me lembro quem nem onde) que fez aquela técnica dos pontos de tinta óleo, tentei fazer o mesmo, mas o resultado não foi o esperado, embora tenha dado a impressão de fading da pintura, não caracterizou bem as linhas salientes nem as áreas planas. Na minha opinião, o fading fica legal, mas para subidas e descidas o melhor ainda é utilizar as variações da tinta base:

O kit já tá com verniz brilhante e com os decais, esperando para o wash, mas fiquei sem máquina e devo retomar tudo no próximo fim de semana, onde quero ver se acabo este e o Scorpion.
Abraços a todos,
Marcio

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Matilda Scorpion


Esta variante do Matilda surgiu da necessidade das forças inglesas de prover o meio blindado necessário para furar a linha defensiva alemã, mantida por pontos fortes intermeados por extensos campos minados, na segunda batalha de El Alamein, marcando o início da reação Inglesa e retomada do Egito e da Cirenaica.
O problema tático era permitir o avanço das divisões Blindadas e de Infantaria em corredores feitos nos campos minados, vencendo a linha de defesa alemã.
Uma das idéias foi a utilização de um tanque Flail (malhador) idéia esta que já vinha sendo desenvolvida na Inglaterra e no próprio Egito, por oficiais britânicos e Sul-Africanos, encarregados de dar solução ao problema.
Deste esforço surgiu o "Matilda Scorpion" assim batizado pela aparência final do veículo, com a utilização dos então obsoletos Matildas (já substituídos pelos Valentines e pelos Grants e Honeys Americanos), acrescidos de um rotor, montado em uma estrutura de dois braços colocada à frente do tanque. O rotor tinha 24 malhadores formados por cabos de aço e correntes de metal que malhavam o chão a 100 rpm, sendo impulsionado por um motor, colocado em uma caixa blindada no lado direito do tanque e que também possuía espaço para o operador do dispositivo.


Ao que parece, quando da 2ª Batalha de El Alamein em outubro de 1942, foram distribuídos 25 Matildas Scorpion, nas duas pontas de lança da operação, operados pelos 42º e 44º do Royal Tank Regiment, mas o tanque não teve o sucesso esperado,  ainda que com razoável capacidade de limpeza de campos minados, o aparato apresentava muitas quebras e falhas de motor, dado ao volume de poeira que era originado na limpeza do terreno, entupindo filtros de ar, bem como as condições adversas do deserto, que dificultavam o seu emprego. Um dado interessante é que houve registro de unidades de infantaria alemã terem se rendido, sem combater, assustadas com o barulho e poeira que os Scorpion produziam quando em ação.


Após a El Alamein foram desenvolvidas outras versões, com melhorias na estrutura (deixando-a mais leve) e no mecanismo (deixando-o mais confiável) e com a utilização de outros motores, inclusive com a retirada do armamento principal do tanque, pois era impossível apontar e atirar quando o tanque estava limpando um campo de minas. Após, a idéia principal do tanque malhador foi melhor desenvolvida, no próprio Matilda, com a criação dos Baron I e II, sendo utilizada também em Valentines (experimental) e, sobretudo em Grants, onde tiveram desempenho destacável na Sicília e na Itália e com os Shermans Flail, da 79ª DB, do Dia D em diante.

Nas pesquisas de fotos e profiles há muitas discrepâncias de informações sobre o tanque e a estrutura, para efeitos de scratch, optei por simplificar algumas coisas e por utilizar alguns detalhes de diferentes versões, seja pela minha capacidade limitada, seja pela limitação do material de pesquisa ou das ferramentas que eu dispunha.
O tanque em  sim é o bom e velho Matilda da Tamiya que é essencialmente o mesmo OOB, apenas com alguns melhoramentos nos detalhes e na aparência, com a colocação de alguns detalhes em metal e fios de cobre e aço. A montagem do tanque em si não dá maiores problemas, pois são relativamente poucas peças, o encaixe de algumas peça e as frestas é que são meio complicadas, o que entrega a idade do kit.
Como dito, a montagem do tanque não oferece maiores problemas, apenas a constante consulta às referências para substituir ou melhorar alguns detalhes.

A estrutura em si foi construída com tiras de  2mm de largura, que deram um trabalho enorme e levou muito tempo para serem cortadas, mesmo com a guilhotina:




Construção da estrutura:





Aqui mais detalhes, já com o rotor feito com cano de cobre, antenas, fios e as sinaleiras traseiras elevadas:



Test fit final, com tudo no lugar, já com malhadores (que sairão para pintura) e as figuras que um dia irão com o tanque para uma base:

Primmer:


 Pintura básica e ups & down, verniz e decais:



Pintura de detalhes e washings:



Já foram feitos o chipping e o empoeiramento e as finalizações, falta só baixar as fotos do kit pronto.
Abraço,
Marcio

Ford F60L (Cab 12) 2Pdr Gun Portee


Trata-se de mais uma aventura no scratch. Desafio, pesquisa e diversão...
Uma tentativa de unir dois kits para fazer uma peça única na coleção, aproveitando as sucatas. É mais uma daquelas invenções inglesas surgidas no deserto, utilizando chassi de caminhões para dar mobilidade tática à peça de 40mm, necessário e essencial na guerra de perseguição e de rápida movimentação característico daquele teatro de operações.
Pelas minhas pesquisas descobri que poucas foram feitas e apenas para cobrir a necessidade imediata de um canhão AT autopropulsado, barato, de rápida produção e montado com equipamentos disponíveis, pois os canhões rebocados, por sua natureza, tinham a desvantagem tática de terem de ser montados e preparados para cada tiro e o autopropulsado tinha disponibilidade de tiro imediato, de cima da carroceria da própria viatura.
Existem poucas e discrepantes referências, pois foi um veículo de solução temporária e que não teve uma produção rigorosa, pois se encontram várias versões de cabine e carroceria, também utilizando tanto o chassi e cabine do F/C30 ou F/C60S, até mesmo, este canhão em caminhões Ford e Chevrolet 15 e 30cwt de outros modelos.
Assim como o Deacon de 6Pdr foram armas criadas na necessidade da guerra no deserto, prova da absoluta engenhosidade inglesa, e mesmo que posteriormente substituídas por armas específicas e melhores, ou por chassis e cabines mais modernos de caminhões de 3 toneladas, é uma viatura que vale a pena tentar reproduzir e ter na estante.

Essa é a fera:

Mais alguns detalhes:




A idéia é usar uma sucatinha de FGT ou QUAD da Tamiya, bem conhecido de todo mundo e o canhão é o  da Vulcan:
A montagem (ou desmontagem no caso da sucata) é fácil porque o kit do quad permite que o chassi, o piso e a carroceria sejam separados para melhor ver os detalhes. O quad que eu tinha estava assim, então ficou fácil de trabalhar apenas no chassi. O único inconveniente foram as rodas que estavam coladas e acho que serão substituídas. O primeiro passo é desmontar o que for possível do chassi ou, pelo menos desmontar o eixo cardã (que será aumentado) e os tanques de combustível (que serão reposicionados), aqui resolvi tirar o sistema do guincho também, pois nas montagens que vi na net ele não aparece, acho que a parte curva superior do diferencial do guincho dificulta o assentamento da carroceria e, se estiver sem o guincho, deve-se dispensar os suportes do guincho dos pára-choques.
Deve-se ter muito cuidado na escolha do local do corte, no caso, escolhi o lugar óbvio, exatamente na longarina do guincho, onde não só ficaria mais fácil de manejar a serra, como fica fácil de deixar tudo reto para o “enxerto”.  Atenção e cuidado na serra, para que o corte saia contínuo e reto.
Depois de quebrar a cabeça medindo e calculando o alongamento do eixo, já que o quad tem o chassi de um F/15 achei um post em um fórum do exterior onde o cara fez exatamente isso, mas transformou o quad em um F60L GS e dizia que o chassi tinha que ser alongado em 41,25mm para o F60 e 24mm para o F30. Parti daí, conferi as medidas e é isso mesmo. O enxerto são duas tiras de folha de polietileno de 1mm, coladas e cortadas na medida do chassi. O acabamento é lixa, cola fusora e muita paciência para acertar o alinhamento do chassi.
Na foto, aparecem todas estas etapas já feitas e o acabamento pronto, inclusive o novo eixo carda, a elevação do chassi e alguns outros detalhes (caixa de ferramentas e galões de combustível que ficam embaixo da cabine, cano de descarga, tampas e bocais corretos dos tanques de combustível e os suportes das rodas do canhão), pois resolvi escrever o post depois de já ter montado tudo:


A cabine foi toda refeita, com exceção da parte da frente e dos detalhes do painel, alavancas,corta fogo e bancos, o piso as laterais porta e traseira foi tudo na unha, bem como os detalhes internos. Acho importante dizer, também, que se deve ter muito cuidado para recortar o piso da cabine do quad, para evitar que fique desnivelado quando for substituir por plasticard. Acabei de ver nas fotos que faltaram os porta fuzis, que serão pintados antes de colados e a fechadura do baú da cabine, que simplesmente esqueci, mas já foi retificado.



A carroceria foi uma novela à parte, pois as medidas tomadas das fotos de referência não conferiam, e tive de refazer várias vezes, pois mesmo com extrema atenção aos detalhes, na hora de encaixar ficava alguma coisa faltando. Resolvi montando a base do canhão para ter a medida aproximada do piso da carroceria e muitas medidas e comparações nas fotos de referência. O estepe é cópia em resina dental e veio com a sucata. No fim, depois de tudo montado concluí que as caixas de munição dos dois lados ficaram um pouco maiores do que deveriam, prejudicando a armação do galão e o giro da roda. Depois de vários ajustes, consegui chegar em algo aceitável no porta galão, sem pegar no pneu, muito embora o porta galão tenha ficado mais curto do que nas fotos de referência.







A montagem do canhão foi tranqüila, mesmo com muitas peças pequenas e frágeis. Embora seja um ótimo lançamento da Vulcan, achei o plástico meio quebradiço e a junção das peças com o sprue é larga, exigindo muito cuidado na hora de cortar, mas o resultado final é bom.


Por fim, a coisa montada, com os subconjuntos conversando bem entre si, já dando a noção da viatura:



Já com o canhão embarcado, mas não fixado, para facilitar a pintura posterior. Agora fica faltando apenas resolver se estas rodas serão as definitivas e detalhes como mochilas, caixas, etc., para os observadores, depois que fiz as fotos vi que faltou a calha das rodas do canhão, utilizadas para fazer a peça subir na carroceria. Embora não esteja nas fotos, estas calhas já foram feitas como pode ser visto nas fotos posteriores.

Primmer :






Cor básica e ups & downs :


Sem querer entrar na discussão do correto tom do british light Stone, mas acho que errei o tom na mistura das acrílicas. Pelas fotos acabei achando que ficou amarelo demais, quase um dark yellow alemão da Tamiya, mas vou deixar assim e tentar puxar para o Marrom na empoeirada final.

A partir daqui não fotografei mais as etapas individualmente, por absoluta preguiça, e nas fotos seguintes já aparecem várias etapas feitas. Pintura dos detalhes, verniz brilhante, decais e mais verniz brilhante, aguardando wash preto e marrom:
O veículo estará em Sidi Rezegh, Líbia, em julho de 1941, com a gloriosa Bateria “M”, do 3rd RHA(Royal Horse Artillery).



segue no envelhecimento...